domingo, 30 de mayo de 2010

Comi e não entendi

Copio e colo aqui um texto que achei interessante:

A Febre ContemporâneaA mistura de chefs inexperientes e pratos ousadospode queimar o nome da dita cozinha contemporânea“Estudo gastronomia para realizar meu sonho: abrir um restaurante de cozinha contemporânea.” A declaração que ouvi de uma jovem, em um evento do qual participei, é um bom reflexo sobre como a especialidade vem conquistando os corações e as panelas de novos chefs. Inspirados em histórias atuais de sucesso, como o reconhecimento internacional do trabalho do chef Alex Atala, ou o frisson mundial que envolve a “cozinha da desconstrução” do chef Ferran Adrià, a moçada já não quer mais saber de receitas clássicas. Hoje o grande barato é ousar. E nesse processo, etapas para a formação de um grande cozinheiro são queimadas sem qualquer cerimônia. Numa época em que chefs, químicos e físicos desempenham funções mais próximas, e que ingredientes de todos os cantos do mundo são bem acessíveis, um discurso subliminar contamina a mente de muitos estreantes na arte da cozinha: “Pra que investir tanto em receitas consagradas pelo tempo, se eu posso misturar a carne da Nova Zelândia com um molho de tradição alemã, uma guarnição da cozinha japonesa e criar algo inédito?”E, aí, começa a confusão. A dita cozinha contemporânea, filhote de uma tendência californiana dos anos 80 que se espalhou pelo mundo com o nome de fusion food, é marcada pelo uso da criatividade. E o Brasil é um país de gente criativa, certo? Mas essa qualidade precisa contornar os perigos de um importante quesito da refeição: a harmonia – vulgo, balanceamento de ingredientes em uma receita. Nesse ponto, dominar técnicas refinadas de preparo não salva um chef. Para criar composições inéditas é preciso conhecer muito os ingredientes envolvidos e, fundamental, ter vivência de paladar. Só assim você desenvolve um prato equilibrado e não deixa seu cliente com uma sensação comum em muitas pessoas diante de um filme, peça teatral ou obra de arte de vanguarda: “Até achei legal… mas juro que não entendi.” Em um restaurante, isso é a senha para nunca mais rever aquele cliente. Já senti um pouco disso quando me deparei com uma lula recheada com molho de queijos e camarão, acompanhada de repolho roxo. Ou, em outro restaurante, com um filé mignon com ganache de foie gras ao cointreau, molho de cacau (na verdade, chocolate) com tomilho-limão, crostinis de pancetta, galettes de batata-doce e pistache com cebolas (ufa!).Longe de mim desvalorizar essa tendência que se espalha pelo país. Nada mais sublime do que provar uma receita nova saborosa e equilibrada. Mas, acadêmicos, chefs e donos de restaurantes devem acordar para o grande número de produtos ruins (e caros) dessa especialidade. Pior: já conheço muitas pessoas que não pisam em restaurantes novos de cozinha contemporânea sem, antes, fazer o sinal da cruz.
(Ricardo Castanho)


O texto foi retirado do blog http://viajeaqui.abril.com.br/blog/direto-do-forno/

jueves, 13 de mayo de 2010

Ovelha Dolly que se cuide, já temos clones humanos criados pela desinformação!


Não querendo ser polêmica, mas....

Por que virou moda vir pra espanha e dizer que se aprendeu as técnicas do El buli? Por que virou moda a amazonia? Por que virou moda gostar de comida brasileira sem nem saber o que ela realmente é? Por que virou moda fazer comida a vácuo sem nem antes saber selar um filé? Por que virou moda que qualquer pessoa que vem pro exterior é "o cara"? Por que virou moda ser criativo porém nem entender a própria comida que faz e esta nem ter um sentido do porque? Por que na "era da informação" encontro gente falando que se pode "brincar" com texturas e cores e que isso não tem nada a ver com o tipo de ingrediente que se usa? Por que antes de aprendermos a realmente cozinhar, já queremos criar? Por que virou moda todo mundo utilizar o palmito pupunha? Por que virou moda o glamour da gastronomia?Por que virou moda dizer que adora "comida de raiz" só por ter feito uma pesquisa na internet e descobrir a "cultura" em 10 minutos?

Não sou contra a evolução de uma gastronomia brasileira, bem pelo contrário. Porém acredito que a falta de informação (em massa) faz com que tenhamos pessoas que reproduzem certos atos (ou até mesmo receitas), sem nem saber o porque estas existem ou por que as dizem.

E alguém por favor me diga:

Por que não virou moda ser pesquisador na área de alimentação brasileira? Por que não virou moda contratarem bons professores? Por que não virou moda ser humilde? Por que não virou moda as pessoas se esforçarem mais um pouquinho?

Já diria Clarice Lispector: "Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."

Pois então, mãos a obra. Não se esqueçam que estamos "alguns anos atrás".

Jalecos brancos com cheiros de cebola/chocolate: Uni-vos!

martes, 4 de mayo de 2010

Em Pelotas ou "en pelotas"?


Que o doce brasileiro é caracterizado por ser muito doce, todo mundo já sabe. É quase como a pimenta na comida mexicana.

Mas seria o doce de pelotas o mais doce do Brasil?

Me questiono quanto a quantidade de açúcar nos doces brasileiros e até mesmo nos portugueses (não falo de saúde aqui, vamos deixar esta de lado um pouco e falar de sabor).

Assim como o sal, o açúcar também pode saturar o paladar se utilizado em grande excesso, ou potencializar-lo se utilizados em quantidades "corretas". Portanto, aos apreciadores do sabor, não deveriamos rever o excesso de dulçor em certos doces e sobremesas brasileiros?

Ao mesmo tempo, penso contraditoriamente, se seria um doce feito com produtos brasileiros, porém menos doce, descaracterizado de ser brasileiro? Ou melhor, um "doce não tão doce" pode ser considerado pelotense?